Aracy de Carvalho Guimarães Rosa foi chefe da seção de emissão de vistos do Consulado Brasileiro em Hamburgo, em meio ao regime nazista da década de 30. Sua história foi retratada na série “Passaporte para Liberdade”.Há quem sustente que a ficção teria romanceado a realidade, descrevendo Aracy como uma heroína, quando sua prática de emissão recorrente de vistos aos judeus estaria, apenas e tão simplesmente, em conformidade com a legislação vigente à época.A polêmica não parece relevante a nosso sentir. Agir em consonância com a lei não diminui minimamente a beleza dessa flor de lótus, que se pautava por seus princípios e valores em prol da humanidade, deixando de reconhecer legitimidade ou de se conformar com o preconceito ou com a barbárie.Ao que tudo indica, sua postura de vida era norteada pelo senso ético de respeito e preservação da liberdade, igualdade e solidariedade de cada um e de todos os seres humanos, pouco importando cor, etnia, credo…O final do ano se avizinha. Mais um ciclo se iniciará em meio a tempos tão difíceis, seja pela pandemia, seja pelo retrocesso civilizatório.Neste momento de renovação da esperança em um mundo melhor, ressoa a pergunta: onde está a Aracy que vive em cada um de nós?Esse amor à vida - própria, alheia e coletiva -, tão lindo de se sentir, poderia fazer tanta diferença… Que bálsamo seria vermos Aracys despontando por todos os cantos, somando esforços com aquelas que, certamente, já existem entre nós.O Mediando por Aí deseja que 2022 seja um ano de superações e redefinições: que o diálogo, a empatia e o respeito à diversidade possam iluminar o caminho a ser trilhado por todos e todas nós em busca de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária!
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